ATA DA SEGUNDA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO
SOLENE DA PRIMEIRAEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA,
EM 2919-0310-199089.
Aos vinte e nove dezenove dias
do mês de marçooutubro
de mil novecentos e n oitenta e
noveoventa,
reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre, em sua QuadragésimaSegunda Sexta Sessão Ordinária Solene da Décimada Segunda Sessão Legislativura Ordinária da Décima Legislatura, destinada a à entregaconcessão do tTítulo Honorífico
de Cidadãoo
de Porto Alegre Eméritao Sr. Enayatollah Vahdat, concedido através da Lei nº 64233/89.
o ao engenheiro
Fúlvio Celso Petracco, concedido através do Projeto de Resolução n 35/85 (Proc.
Nº 2604/89). Às dezessete horas e vinte e trinta e quatro
dois minutos,
constatada a existência de “quorum” o Sr. Presidente declarou abertos os
trabalhos e solicitou convidou aaos Líderes de
Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes.
Compuseram a Mesa: : Clóvis BrumVVer. Valdir Fraga,,
Segundo
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Olívio Dutra, Prefeito Municipal de Porto Alegre; Sr. Enayatollah Vahdat, Homenageado; Sra. Jaleh Vahdat, esposa do Homenageado; Dr. Alceu Collares, ex-Prefeito Municipal de Porto Alegre e Secretário Geral do PDT; e Dr. Ruyi Santos, representante da Comunidade Internacional Bahá’í. A seguir, o Sr. Presidente pronunciou-se a respeito da homenagem, destacando dados biográficos do homenageado e seu trabalho em prol da fé
Bahá’í e convidou o Sr. Ênio Rockenbach a recitar texto intitulado Oração para Unidade
Mundial. Após, o Sr. Presidente anunciou os oradores que falariam em nome da Casa. O Ver.
João Dib, em nome da
Bancada do PDS e do PSB, referindo o texto Oração para a Unidade Mundial, historiou o trabalho anônimo
do Homenageado em prol da comunidade, mencionou a filosofia Baha’í da luta pela busca da
verdade e da luz e, solidarizando-se com o vVer. Dilamar Machado pela iniciativa da homenagem, desejou que o título
ora concedido seja, ainda maior produtor em prol da verdade e da luz. E o Ver. Dilamar Machado, na
condição de autor da proposição dque originou esta homenagem e em nome da Bancada do PDT, PMDB, PTB, PCB, PFL e PL,
mencionando aspectos da vida do homenageado desde a respectiva chegada ao
Brasil, em 1956,
destacando o significado da concessão do título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Enayatollah Vahdat, de
nacionalidade iraniana,
de quem enalteceu o trabalho de difusão da fé Bahá’í, propugnando pela união
dos povos da América
Latina e pela humanização da Cidade de Porto Alegre. Em continuidade, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Sr. Rui Santos que, em nome
da comunidade Bahá’í, historiou pressupostos da filosofia e revelação Bahá’í, enfatizando
a necessidade do homem
viver associativamente e expondo o desejo de que a comunidade se una. Em
prosseguimento, o Sr.
Presidente convidou o Sr. Farhad Shayani, cCoordenador da Assembléia Nacional do Bahá’í, a fazer parte da Mesa e, em ato contínuo, procedeu à leitura do título honorífico a ser
concedido, convidando
os presentes para ,
em pé, assistirem aà entrega desse Diploma ao Sr. Enayatollah Vahdat, que foi procedida pelo
Sr. Prefeito Municipal,
e de medalha alusiva à homenagem, através do Ver. Dilamar Machado. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Homenageado que externou seus
agradecimentos à Casa pela homenagem que lhe prestava, manifestando sua emoção em receber tão insiígne honraria. Às dezoito horas seis e minutos, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos, convidando as autoridades e personalidades a se dirigirem à
Sala da Presidência e,
nada mais havendo a
tratar levantou os trabalhos. Cconvocando os Srs. Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos Ver. Valdir Fraga e secretariados pelo Ver. Dilamar Machado, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Dilamar Machado, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhorers. Presidente e 1º Secretário.
, no exercício
da Presidência dos trabalhos; Engenheiro Fúlvio Celso Petracco, homenageado;
Dr. Tarso Genro, Vice Prefeito de Porto Alegre;
Deputado Estadual Jauri de Oliveira, Líder da Bancada do PSB na Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; Ver. Omar
Ferri, Líder da Bancada do PSB, neste Legislativo Municipal e, na ocasião
Secretário “ad hoc”; e Srs. Teresinha Petracco Grandene,
irmã do Homenageado e representado os demais familiares. A seguir o
Sr. Presidente manifestou-se sobre a homenagem que este
Legislativo prestava e concedeu a palavra aos oradores que falariam em nome da
Casa. O Ver. Leão de Medeiros, em nome da Bancada do PDS, ressaltou qualidades
do homenageado, especialmente no
âmbito político, profissional e pessoal. E, relatando aspecto da vida do Sr.
Fúlvio Petracco, prestou suas homenagens ao mesmo. O Ver. Flávio Koutzii, em
nome da Bancada do PT, manifestou sua satisfação em encontrar o homenageado,
relembrando passagens de lutas empreendidas na militância política em prol das
classes populares. O Ver. Omar Ferri, em nome da Bancada do PSB, do PCB, em
nome do PC do B, registrou a presença de militantes do Partido Socialista
Brasileiro no Plenário, em solidariedade à homenagem que é prestada por esta
Casa ao Sr. Fúlvio Celso Petracco, destacando luta que há muito S. Sª tem ensinado aos seus Partidários.
Esclareceu circunstâncias que levaram S. Exª a ingressar no PSB. E, saudando o
Ver. Elói Guimarães pela iniciativa da proposição, parabenizou-se com o Sr.
Fúlvio Petracco. E o Ver. Elói Guimarães na condição de autor da
Homenagem e em nome da Bancada do PDT, dói PTB, do PL e
do PMDB, referindo princípios que presidem a outorga do Título Honorífico,
ressaltando que a presente homenagem é concedida em reconhecimento ao trabalho,
ao talento, à pessoa do Sr. Fúlvio Petracco, de quem destacou qualificações.
Relembrou episódio protagonizado pelo homenageado quando do Movimento de Legalidade, e
do Golpe de Mil Novecentos e Sessenta e Quatro, a
postura política de S. Sª em campanhas eleitorais. E augurou que o Homenageado
ainda muito contribuía na busca de uma sociedade mais justa. Em continuidade, o
Sr. Presidente concedeu a palavra ao Dr. Tarso Genro, Vice-Prefeito Municipal,
que em nome do Executivo Municipal, prestou homenagem ao Sr. Fúlvio Celso
Petracco. Ainda o Sr. Presidente procedeu a leitura do Texto do Título de
Cidadão e concedeu a palavra ao Deputado Estadual Jauri de Oliveira, que
prestou testemunho sobre a personalidade do Homenageado como dirigente
partidário. Em ato contínuo, o Sr. Presidente convidou o Ver. Elói Guimarães
para proceder a entrega do Título Honorifico de Cidadão Emérito ao Engenheiro
Fúlvio Celso Petracco, bem como aos presentes para que, em pe´, assistissem
essa formalidade. Após, concedeu a palavra ao Homenageado, que formulou
agradecimentos a todos que conviveram com S. Sª nos campos estudantis,
profissional e político. E destacou a atuação política desta Câmara Municipal,
expressando sua gratidão pela outorga do Título de Cidadão Emérito. Nada mais
havendo a tratar, o Sr. Presidente agradeceu a
presença de todos e levantou os trabalhos às dezoito
horas e cinqüenta minutos, convocando os Srs. Vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Clóvis Brum,
e secretariados pelo Ver.Omar Ferri, como Secretário “ad hoc”. Do que eu Omar
Ferri, Secretário “ad hoc”, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, lida
e aprovada será assina pelo Sr. Presidente e
pelo 1º Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Clóvis BrumValdir Fraga): Senhoras e Senhores, esta Sessão é destinada a homenagear ao Sr. Enayatollah Vahdat, com a
entrega do título honorífico de Cidadão de Porto Alegre. Gostaria de salientar que o Projeto de concessão do
título foi votado por unanimidade dos Vereadores desta Casa, por iniciativa do Ver. Dilamar
Machado, em data de 05 de maio de 1980, pProcesso nº 1320. Para as pessoas amigas do Vehdat é um pProjeto de Lei como se fizesse uma Lei do Município,
e é uma lei diferente, que passa pelo voto secreto. E ésão necessários, sempre, no mínimo, 22 votos dos 33 Vereadores. Então o amigo dos
Senhores e também nosso amigo, nosso Cidadão de Porto Alegre, realmente tem todos os méritos,
e passou por unanimidade, numa urna junto àquela tribuna, e foi votado pelos trintas e três Vereadores. Para honra da Casa farão parte e defenderão suas
Bancadas através de
discursos o Ver. João
Dib, pela Bancada do PDS, e representará o PSB, e o Ver. Dilamar Machado, autor do Projeto, da Bancada do PDT, e pelas Bancadas do PMDB, PTB, PCB, PFL e PL. Nós solicitamos aos Líderes que
conduzam ao Plenário as autoridades e personalidades convidadas, exatamente o nosso
Cidadão de Porto Alegre, sua esposa, o Prefeito Olívio Dutra, Dr. Rui Santos, representante
da Comunidade iInternacional Bahá’í. Nós vamos repetir, para que o nosso
homenageado saiba, a tramitação do Projeto do Ver. Dilamar Machado, que foi aprovado por
unanimidade por esta Casa, o qual recebeu o nº 049/89, Processo nº 1320. Registramos, com prazer, a presença, que está ao nosso lado, do Dr. Olívio Dutra, Prefeito Municipal
da nossa querida Porto Alegre; do nosso homenageado, Enayatollah Vahdat; da Sra.ª Jaleh Vahdat, esposa do nosso homenageado; Dr. Rui Santos,
representando a Comunidade Internacional Bahá’í. A lembrança do nome Enayatollah
Vahdat para integrar a galeria de honra dos nossos cidadãos de Porto Alegre traduz
simplesmente o reconhecimento, a importância do seu trabalho em Porto Alegre e
no Rio Grande do Sul, a difícil tarefa de tentar eliminar todo e
qualquer preconceito,
propósito maior da fé Bahá’í. Natural da Pérsia, desde que aqui chegou nada mais fez do que
divulgar a religião
que surgiu em seu País
nos idos de 1884.
De imediato, convido o nosso querido Relações
Públicas e Diretor da
Casa, Ênio Rockenbach, para fazer a leitura da oração para a Unidade Mundial.
O SR. ÊNIO ROCKENBACH: (Lê.)
O SR. PRESIDENTE: Concede mos a palavra ao Ver. João Dib, que
falará pela sua Bancada, o PDS, e pelo PSB.
O SR. JOÃO DIB: Exmº Sr. Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal; Exmº Sr. Prefeito Olívio Dutra;
querido amigo Enayatollah Vahdat, sua esposa Jadleh, meu caro Dr. Rui Santos, representando a
Comunidade Internacional Bahá’í, nesta solenidade; meus Ssenhores, minhas Ssenhoras, amigos do Vahdat.
Vejam V. Sas como é difícil falar depois
dessa poesia que foi declamada aqui em homenagem ao nosso
Vahdat, pelo Ênio
Rockenbach, que até o nome dos amigos de tão longa data não
sai com facilidade. Mas, dizem asa Leis Municipais nº 12534 de 1955 que aqueles cidadãos que vêm a
esta querida pPorto Alegre e por elas trabalham, por ela fazem algo
de importante, podem e merecem ser homenageados pela Casa do Povo. Hoje estamos reunidos aqui para
prestar uma homenagem, outorgando o título de cCidadão de Porto Alegre a alguém que, quase que anonimamente, tem trabalhado por esta comunidade. Eu disse que a
Lei autoriza, e quase que determina a outorga do título ao Sr. Enayatollah Vahdat. Mas Vahdat, a bela filosofia Bahá’í diz que o homem deve amar a luz, não importa onde ela brilhe; o homem deve buscar a verdade em qualquer fonte de que ela provenha. DeEsse brilho da luz e essa verdade que deve presidir os atos de todos nós, teêm sido uma constante na tua vida. E eu estou
dizendo tu, porque por certo o mais antigo dos teus amigos em Porto Alegre sou
eu mesmo. Lembro
quando chegaste áà Proto Alegre e junto do nosso comum amigo Felipe Pestanni, de saudosa memória, procurava resolver uma série de problemas,
procuravas encaminhar uma série de negócios, mas sempre presente a luta pela busca da verdade
e da luz. Sempre procurando levar aos teus amigos uma palavra de conforto, de solidariedade e de carinho.
E este trabalho anônimo é que faez com que o Ver. Dilamar Machado em oportuno momento colocasse a exame desta Casa
que, por unanimidade, aprovou a concessão do Título de Cidadão de Porto
Alegre. mMas isso significa que essa luz e essa verdade deverão continuar norteando com muito
mais esforço agora o teu trabalho. A tua fé Bahá’í, deve produzir mais carinho nesta terra, produzir mais solidariedade,
e tentar mostrar a muita gente que existe verdade e que existe luz, basta que nós queiramos
encontrar a verdade e a luz. E os nossos corações, áàs vezes machucados, magoados, esquecem de olhar para o alto, para
Deus, para a religião. E na poesia dizia que Deus fizesse que todas as religiões fossem iguais e unissem
todos os povos, para que através da verdade e da luz, nós obtivéssemos a paz.
Eu quero ter cumprimentar, Vahdat, a tua esposa Jaleh, a teus filhos, porque é um
título merecido e sei quanto os orientais têm de emoção, de carinho por aquelas terras que os
adotam; meus pais também
são orientais e chegaram no Brasil, não esqueceram o seu Líbano, mas passaram a amar o
Brasil como amavam o Líbano e sei que o Vahdat ama o Brasil tanto quanto ama a
sua terra natal, e nós queremos, os Vereadores desta Cidade, o povo desta Cidade, que tu continues em nosso meio, se sentindo muito bem e também fazendo o bem. Felicidades.
(Palmas.)
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos, com muito prazer, a presença do Dr. Alceu
Collares, ex-Prefeito da nossa querida Cidade e também Secretário -Geral do Partido Democrático Trabalhista. Concedemos a palavra ao
autor da proposição, Ver. Dilamar Machado, que fala pela sua Bancada, o PDT, e pelas
Bancadas do PMDB,
PTB, PCB, PFL e PL.
O SR. DILAMAR MACHADO: Companheiro Valdir Fraga, Vereador Presidente da
Câmara Municipal; Companheiro Olívio Dutra , digno Prefeito de Porto Alegre; meu querido amigo
Anayatollah Vahdat, nosso Cidadão Porto-Alegrense, querida amiga Jaleh; Dr. Rui Santos, representando aqui, a Comunidade Internacional Bahá’í; meu companheiro e amigo Alceu Collares, Secretário -Geral do nosso Partido. Diz o protocolo que, nesse momento, especialmente o
proponente de uma homenagem desta envergadura, deveria vir a esta tribuna com
um discurso
escrito, mas os meus companheiros Vereadores já sabem que não é do meu feito ler, me sinto mais à
vontade, mais feliz e mais emocionado, abrindo o meu coração na hora quem e ele se abre para um amigo e
até iniciando com uma ponta de inveja
do Ver. Dib , que conhece Vahdat há mais tempo do que eu, curte o DVahdat há mais tempo do que eu, mas me resta a certeza de que muitas vezes a
amizade, e não é o caso do Dib com o Vahdat, não se mede exatamente pelo tempo, às vezes pela intensidade,
pela afinidade, por aquele conjunto de qualidades pessoais e intransferíveis que fazem com que as
pessoas se liguem. Eu tenho pelo Vahdat um carinho muito grande e sei que ele
tem por mim.
E foi um momento, Ver. Dib, indiscutivelmente, em que eu me senti muito
feliz e
até ao entrar neste Plenário com a proposição de um Título de Cidadão de Porto Alegre a um
cidadão Iiraniano chamado Enayatollah Vahdat, na realidade, para os
companheiros Vereadores que não conheciam o Vahdat aquela sonorização do nome Enayatollah, pode ter, num
primeiro momento criado confusão em alguns
companheiros
Vereadores que desconhecem que o termo Yatollahé é mais ou menos comum no Irã, desde o Khomeini até o Vahdat, mas depois de explicado.
Eu tive um momento feliz, meu querido Collares,
porque a
Casa confiou em mim, aàqueles que não conheciam o Vahdat eu dizia: votem
porque vocês não vão se arrepender.
Efetivamente, a unanimidade desta Casa dá este Título que vai hoje para o acervo das
conquistas mais afetivas deste Cidadão do mundo, Enayatollah Vahdat.
Ainda há pouco, conversamos na Sala da Presidência,
ele nos dizia, com a
profunda sinceridade que o caracteriza e a seus filhos e a suas filhas – e eu
até vou duvidar do Ver. Dib – eu acho que ele não ama tanto o Irã quanto o
Brasil. Eu acho que ele ama mais o Brasil do que o Irã. O Vahdat está aqui desde 1956. Aqui ele se ambientou, teve filhos com Jaleh. Ele tem
a sua vida dentro deste País e hoje ele é mais brasileiro do que iraniano.
Eu te diria Vahdat, que nós, seus amigos, embora não integrando diretamente esse trabalho lindo que vocês fazem através da
difusão da fé da Bahá’í,e
eu
tive, como radialista, a oportunidade de iniciar até a divulgação em
Porto Alegre, há muitos anos atrás, através do companheiros seus., Ttem em cada um de nós, cimentada, cristalizada a
idéia geral desta fé. O que nós queremos mais desta vida? O que nós buscamos
deste mundo senão o mundo em que o homem abrace o homem e não agrida o homem? Em que as
pessoas tenham as mesmas oportunidades?
É claro Vahdat, que nós queremos, como vocês Bahá’Iis, nós queremos um mundo em que não haja ricos e nem
pobres e que todos tenham a mesma oportunidade.
Quem sabe o sonho da língua universal nos chega um
dia? Quem sabe um mundo sem fronteiras? E você lembra há pouco que a Europa Ocidental já busca este caminho,; a partir de 1992 teremos provavelmente identidade única para 320 milhões de
habitantes daquela parte do mundo. Uma moeda única,; provavelmente, ao longo dos anos, uma língua única. Esse mesmo Projeto, cada um de nós,
latino-americano, tem em seu coração, de examinar o coração desta América-Latina, desprotegida, humilhada
e explorada. Quem sabe,
daqui a alguns anos, na luta de tantos companheiros que tem uma visão
desta comunidade,
Bahá’i, possamos também lutar por uma
América- Latina,
integrada, sem fronteiras e sem limites. Eu te diria, meu amigo, Bahá’i, que sei que teu coração vai balançar quando
subires a esta tribuna. Ninguém resiste e ninguém é de pedra, e eu vivo, neste momento, antecipadamente a tua emoção. Te dizer que a nossa Porto Alegre querida, a
minha, a tua, a Porto Alegre que foi o sonho de trabalho de Alceu Collares nos
seus três anos de Governo; Porto Alegre que é o sonho de trabalho do
companheiro Olívio no
seu mandato e que será sempre dos Vereadores e dos
Prefeitos futuros com o desejo de acertar e fazer uma Cidade mais feliz, mais humana e
mais segura., Porto Alegre se engrandece hoje. oO simples fato de eu ter encaminhado Projeto de Lei
justifica as poucas palavras que eu possa te dizer, mas quero finalizar e ir a teu encontro para um
abraço amigo, dizendo que, a partir de hoje, Porto Alegre, porque um filho de fato desta
Cidade passa, a partir de agora, por instrumento legal, a ser, de direito, para nosso orgulho, um Cidadão de Porto Alegre.
Muito Oobrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr. Rui Santos, que falará em nome
da comunidade Bahá’i.
O SR. RUI SANTOS: Sr. Valdir Fraga, provecto e distinto Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre; Ilustre Prefeito Municipal Olívio Dutra; figura
do ex-Prefeito Alceu Collares; digno Ver. Dilamar Machado, proponente da homenagem; nossa homenagem, também, ao agraciado, sua esposa
e sua família; Srs. Vereadores, Povo de Porto Alegre; demais presentes.
Não sei o que vim fazer aqui, os Vereadores que
usaram a palavra pareciam dois membros da comunidade Bahá’i falando, o que me deixou
cheio de satisfação.
Então, como da personalidade, do trabalho da obra, do homenageado já se falou
muito, e da fé que eu abraço, e aà qual quero, também, dedicar minha vida, os Vereadores e o
povo já conhecem tanto, peço licença aos Senhores para fazer um pouco de história, a história de uma utopia.
Oscar Wilde, o grande pensador, disse um dia: “oO progresso, sSenhores
e Ssenhoras, nada mais é do que a realização de uma utopia”.
Os Bahá’ís trabalham por uma suposta utopia, a unidade do gênero humano.
Então, vamos contar a história da unidade do gênero
humano, da utopia que
começou na noite da história, na época em que os registros históricos ainda não aconteciam. Nesta noite da história o homem das cavernas vivia
com sua família e se defendia das demais famílias com uma borduna, porque o núcleo maior era só e apenas a
família.
Necessidades de sobrevivência levaram os homens das cavernas a construir uma pequenao clã, que se transformou em tribo, e que também por necessidade se passou a aldeia, a aldeia
passou a feudo, viveram as cidades-estado. Das
cidades-estado vieram princíipadios,
ducados, pequenos- reinos,
que com o passar dos tempos se transformaram em nNações. A utopia estava em andamento.
Mas, quando se chegou, dignas autoridades, Ssenhoras e Ssenhores, ao patamar de nNações, surgiram dois obstáculos, aparentemente
intransponíveis, que fizeram com que esta evolução
cessasse, tivesse um hiato, parasse no tempo e no espaço. Os grupos humanos, pararam, não mais evoluíram em amplitude,
sob in fluência de dois fetiches: o nacionalismo exacerbado e a ficção da soberania nacional. De outro lado da história, desde a noite dos
tempos, Deus estava nos mandando seus manifestantes, periodicamente, como se fossem professores do primeiro, do segundo, do terceiro ano do curso primário, até que a humanidade viesse a atingir a sua maturidade. Então,
lá na noite dos tempos,
nós tivemos os manifestantes. Temos registro de alguns no passado. Não vamos
citar nomes. Todos os
manifestantes são manifestantes de Deus. Todos têm a mesma, elevada e dignificada posição
aos olhos do Criador e aos olhos dos seus seguidores. Todos são um, porque o pai é um. O sol
é o sol, não importa se algum vitral lhe modifique a intensidade, a cor, ou as características da luz
que emite. Os raios do sol são raios do sol sempre. No momento em que a Humanidade
atingiu a etapa de nNação, a despeito do fetiche da soberania nacional e do
fetiche do nacionalismo exacerbado –, surgia no mundo uma revelação de alcance planetário, porque o
destino da Hhumanidade é o destino da união em nível planetário.
O homem deve orgulhar-se de
pertencer a sua espécie, não de pertencer
aà sua nNação. É claro que o patriotismo é louvável, mas a
espécie humana, a bem da paz, a bem da própria manifestação da
exteriorização das suas melhores possibilidades, não pode esbarrar em
preconceitos. O que é
maior, Ssenhoras e Ssenhores,: o muro de Berlim, ou a trava dos preconceitos na
vista das suas vítimas? Eu arriscaria a lhes dizer., Ccom toda a certeza, que o muro de Berlim nada mais é
do que a manifestação concreta de um preconceito que, embora abstrato, obscureceu a mentalidade no setor da humanidade, na era presente. O maior muro que separa os homens dos homens é o
muro do preconceito e este já mostrou do que é capaz. Neste momento em que
estes dois fetiches alcançaram o mundo o que ocorreu? Tivemos duas guerras mundiais
para que das suas cinzas, como uma fênix renascendo, surgisse a ONU predita desde ahá um século e meio atrás na revelação da Bahá’í. Não estou dizendo
que a revelação citada é a única revelação: estou dizendo que esta revelação é a complementação natural do
curso que Deus dá aà humanidade, nos mandando de tempos em tempos o seu orientador espiritual. E
pasmem! sSe os Ssenhores forem aos registros da história verão que
as fases de maior
iluminismo coincidiuram com a chegada de cada um dois
manifestantes de Deus. É uma verdade histórica incontestável, insofismável ao ponto de a
humanidade ter sido dividida pelos historiadores em era maometana, cristã,
judaica, e assim por diante. Então, já vimos que uma revelação planetária veio num momento
em que de soluções planetárias nós necessitaávamos. Essa solução de superestado e grandes aglomerações, tipo Europa, 1992, Mercado Comum Latino Americano, ALAD e
ALAU, ou que nome tenha, o mercado do extremo oriente, do médio oriente, a Federação
dos Estados Africanos, tudo isso não são se não o esboço inicial da civilização de um só
País, para um povo que se avizinha. O que nos cabe fazer? A nós cabe lembrar
que a simples consecução
jurisdicional de direito, ou mesmo de fato, desta
conquista inestimável,
sob todos os aspectos, nos levará apenas a uma paz menor, uma paz de
acomodação, em que os
interesses materiais,
das partes envolvidas estarão razoavelmente atendidos. Então, nós queremos,
como Bahá’í, e isso não é proselitismo, este não é o lugar e
nem o momento disso, os que os Bahá’ís trazem é outra coisa. Eles trazem o fundamento da paz maior. Aquela
calcada na união dos espíritos humanos, em que cada ser se sinta parte de um conglomerado mundial, do
organismo da humanidade. Sempre que uma das partes for afetada, o todo será afetado, a tal ponto esta
revelação nos traz o desejo de que a humanidade se una e nós todos temos estas
condições. A utopia
desaparece e ficam as palavraas de Oscar Wilde: “oO que é o progresso” ?” O que tem sido o progresso senão a superação, o
vencimento e a realização das utopias? Existe uma tradição oriental que nos dizem o seguinte, tentando explicar
o sentimento de amor que está prestes a eclodir como uma primavera espiritual
na humanidade toda. Eu
vou colocar no singular para ficar mais fácil! O meu coração é uma catedral para os cristãos, uma
sinagoga para os judeus, uma mesquita e um minarete para os muçulmanos e um rio de águas cristalinas ou uma fonte vertente de águas frescas para todos os sedentos de espírito se dessedentarem. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Convidamos aporápara fazer parte da Mesa o Sr. Forhad Shayani ,Coordenador da Assembléia Nacional Bahá’í.
Passamos a leri o
Diploma. (Lê.)
Convidamos a todos para que, assistam aà entrega pelo Sr. Prefeito Municipal, do
diploma dao Sr. Enayatollah Vahdat, bem como a medalha, pelo
Ver. Dilamar Machado, ao homenageado.
(É procedida à entrega do diploma e da medalha.)
O SR. PRESIDENTE: Nós concedemos a palavra ao mais jovem cCidadão de Porto Alegre, nosso querido homenageado., Vahdat.
O SR. ENAYATOLLAH VAHDAT: Sr. Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Ver. Valdir Fraga; Sr. Prefeito Municipal de Porto
Alegre, Olívio Dutra; Dr. Alceu Collares, Secretário -Geral do PDT; ilustres Vereadores presentes, queridos amigos que me honram com este encontro
que para mim e para minha família é algo inquestionável. Quando recebi esta notiícia desta homenagem fiquei tão emocionado que não acreditava, porque,
naqueles dias, eu estava nos Estados Unidos. Voltei, o Ver. Isaac que me deu esta notícia e
eu disse a ele: “eu não acredito”. Ele disse: “ É verdade”. Senhores, na minha
vida até hoje recebi
várias comemorações, vários diplomas, mas jamais recebi com tanto entusiasmo, com tanta alegria o
que recebi,, a notícia de que eu ia ser Cidadão de Porto Alegre. Por que eu estou dizendo isso.? Em primeiro lugar, antes de continuar dizendo
isso, eu estava preparado com um discurso que tinha dado para ser protocolado, mas vou deixar
isto. Vocês vão me perdoar se eu não falar
direito o português.
Acho que pela emoção que eu tenho, do meu coração, não posso pegar estes papéis; eles não dizem
aquilo que eu quero
dizer. Deixo-os de
lado.
Eu amo o Brasil, não de hoje, mas desde após poucos dias em que aqui
cheguei. Vocês não sabem, como esta terra é abençoada, o que é esta terra! Depois de 15 dias nenhum
estrangeiro aqui é considerado estrangeiro, ou estranho. Isto é um privilégio. É uma
dádiva de Deus. Conheço o mundo inteiro. Na minha terra, dentro da minhas família, existem vários casamentos com pessoas da Inglaterra, da França, de outras nacionalidades – em toda a vivência em minha terra eles se sentiram
estanhos. Aqui é uma terra abençoada. Esta aqui, esta que estou falando hoje é, e em todos os cantos do mundo
levo esta mensagem. Digo: o Brasil é algo do futuro; o Brasil é abençoado
por Deus; nós não temos preconceitos. Temos, mas não em relação de como é na Europa, na Pérsia,
na Ásia, em outros lugares – queridos amigos, vocês tem que pensar quando um
Judeu, um moaomentano, se botar estes dois
corpos dentro de uma panela de pressão e ferver o máximo possível, a gordura destes dois não se mistura. Sabem o que quer dizer isto? Nós não
temos isto. Fui
apresentar a arte, a cultura e a espiritualidade do meu País na fronteira do
Uruguai e o Brasil. Fiquei encantado com apenas a divisão de uma rua. Aqui, o Uruguai, do
outro lado o Brasil. Não
acreditava. Acreditem que eu não acreditava. Ficava pensando como na Europa, a
cada 15 minutos nós
temos barreiras. Muda o dinheiro, muda a língua, muda a moeda, muda tudo. Isto
que a fé Bahá’í há centos e poucos anos está lutando para que o mundo fique
sabendo que somos uma única família independente de raça, religião, nacionalidade, cor,
tudo. Quando eu estava em Noiva Iorque, numa reunião com amigos, eu vi que lá os negros estão
de uma forma que daqui a cem anos eles não terão a convivência que existe aqui no Brasil. Dentro
do próprio Harlem, onde estive em contato com eles, os negros de cor mais escuras e os de cor mais clara não se
entendiam. A fé Bahá’í traz a mensagem de que somos filhos de um mesmo pai, independente de cor,
de religião ou de nacionalidade. Essas barreiras que estão dia –a- dia
sendo eliminadas, esses progressos que nós estamos presenciando todo o dia,
toda hora, não estão acontecendo por
acaso, é porque a humanidade está pedindo. Não é o
Gorbachev que está fazendo isso, é a
própria sociedade humana é que está
pedindo. Nós não somos mais estranhos um para o outro. Aqui no Brasil é uma beleza! O saudoso Carlos
Santos sempre me dizia que um dia eu vieria o que seria o futuro Brasil frente às outras Nnações.
Essas dificuldades econômicas nunca vão impedir o progresso do mundo. Nós temos um futuro
fantástico. Quando uma vez eu fui à
Pérsia, fui convidado pelo Rotary para falar, então eu disse que tinha a honra
de dizer que estava no Brasil, um País
extremamente igual a minha terra, onde eu me sentia como se estivesse na min háa terra. O Reitor da Universidade veio me perguntar como é
que eu estava vivendo no Brasil, que eu tinha tanta paixão por estse País. Eu disse que não dava para contar, que ele
tinha que ir até o Brasil para conhecer o povo brasileiro. Eu estive na
Índia, numa Universidade, e quando os amigos gaúchos ficaram sabendo que eu
ia para a Índia, me
pediram que eu levasse o abraço gaúcho para os hindus. E na Universidade, convidei o Reitor e na esperapresença de 500 ou 600 pessoas,
universitários, disse que transmitia a mensagem calorosa do povo gaúcho. Então, pedi ao Reitor para que
viesse até mim porque eu queria dar-lhe o abraço
gaúcho. Essa é a nossa verdade de vida,
não vamos ficar tristes,
por um plano econômico, por este tipo de acontecimento. Vamos progredir com
amor, vamos vencer todos os problemas
que estão nos atingindo, temos que ser positivos, temos um território imenso, somos o futuro do mundo. Não gostaria de me
prolongar, estou, realmente, como o
Dilamar disse, emocionado! Não sei como agradecer a vocês, para mim, para minha família, hoje é um dia
inesquecível! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
Está com a
palavra, o Ver. Leão de Medeiros, pela Bancada do PDS.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Meus
Senhores e minhas Senhoras. Nada mais agradável em exaltar em meu nome pessoal
e da Bancada do PDS as virtudes do homem de bem sobretudo quando, na atividade
política, o homenageado se situa em terreno diverso do orador, não raro a ele
oposto. Pois se no elogio do correligionário pode surgir e permanecer a dúvida
quanto a autenticidade do louvo, talvez mais inspirado na irmandade de
convicções que o mérito real, no
tributo prestado aos militantes de outras grei a homenagem brota sincera,
proclamando a satisfação de reconhecer que as divergências não elidem o
reconhecimento do mérito que comunica dignidade e valor ao próprio antagonismo
das idéias.
Assim é o homenageado de hoje na
meritória iniciativa do Ver. Elói Guimarães. Firme nas suas convicções, pugnaz
nas atitudes, brilhante no pensamento e na palavra, íntegro na conduta e,
sobretudo, elegante no trato dos opositores, que com ele, sabe afastar do plano
pessoal a divergência das idéias.
Na realidade, são duas as
imagens que ostenta, numa combinação rara e difícil: Petracco, o político
atuante e Petracco, engenheiro destacado. Com o mesmo empenho que se põe a
analisar a realidade social e política, com a mesma percuciente capacidade
analítica que mobiliza no debate do Estado, da Sociedade e da Nação, logrou
construir uma das mais sólidas reputações profissionais no cenário local e
nacional, de engenheiro especializado em, tecnologia da energia e sua
conservação, estabelecido com escritório em Porto Alegre e Pernambuco. No
cenário local, afora inúmeros profissionais de arquitetura que se socorrem de
seu assessoramento no projeto, conta entre seus clientes com algumas das
grandes empresas locais como os grupos Gerdau, Zafarri e Do Sul; no âmbito
nacional, tem projetos executados em Pernambuco, no Pará, em Minas Gerais, no
Rio de Janeiro em São Paulo; já ultrapassa os limites no Brasil, ao negociar
recentemente, na Alemanha, o “Know-how” de um de seus projetos de refreadores
evaporativos.
Como empresário, é responsável
técnico, diretor e acionistas de uma empresa especializada em cordoaria pesada
para atração de navios, sediada em São Leopoldo, exportando regularmente para
as nações que exploram o petróleo do Mar Norte, para a Grécia, a Holanda, o
Chile, Cingapura, a Índia, a Itália e a Inglaterra, em acirrada disputa com a
concorrência internacional, que vem enfrentando com alta qualidade de seu
produto, o qual tem reiteradamente superado recordes mundiais de resistência,
medida em número atrações de grandes navios, a que o cabo resiste incólume.
Nascido em Passo fundo, tem
origens italianas e espanholas. Seu avô paterno, João Baptista Petracco nasceu
em San Vito de Tagliamento, nas proximidades de Udine, na Itália Setentrional;
sua mãe, Argentina, descendida de espanhóis e guaranis. É, pois, na etnia, a síntese do Rio Grande do Sul.
Nosso homenageado é um homem
profundamente marcado pe educação que recebeu influenciado pelos mestres que
encontrou: guarda, com grande carinho, a figura marcante do seu curso primário,
no Grupo Escolar Protásio Alves, em Passo Fundo – a Diretora – que até hoje
visita – D. Maria Súria Dipp, a qual, ainda fazendo as vezes de segunda mãe e
preceptora, escreveu-lhe uma carta, em 1986, que guarda como um documento maiôs valioso de
sua vida, pelo que contém de sábio e de comovente.
Em Porto Alegre, no colégio
Nossa Senhora das Dores, encontrou na figura admirável do Irmão Bento, o
impulso para os livros, que não mais o deixou, a partir da obra de José Ingenieros, em “As Forças Morais” e o “O
Homem Medíocre”. No Colégio Júlio de Castilhos encontrou,, no Mestre de
Química, Abílio Azambuja, outro alicerce de seu futuro perfil de engenheiro.
Ingressou no Curso de Engenharia Mecânica e Elétrica, da Escola de Engenharia
da UFRGS, lá privando com os educadores
notáveis, como Alquindar Pedroso e David Mesquita da Cunha e, também mercê de
sua presença na política estudantil, cosntg5uinbdo grande
apreço e admiração pela figura extraordinária que foi o Reitor Elyseu Paglioli.
Mas, curiosamente, atribui sua inclinação para a área de energia de um mestre
da matéria mias próxima da Engenharia Civil
- o Professor Luiz Duarte Viana, cujo enfoque sobre a estabilidade das
construções, a partir do conceito do trabalho virtual, de alguma forma levou o
jovem Mecânico e Eletricista a sintetizar sua visão no programa de energia.
Diplomado, ingressou, em 1963,
por concurso, nos quadros da Petrobrás e prosseguir, ao mesmo tempo, na
militância política que iniciava no ciclo secundário de sua educação. Segundo
diz, com o humor fino que põe até mesmo em sua auto avaliações, ingressou na
política instado a “combater os comunistas”, mas acabou contaminando-se ao
menos de uma forma atenuada de vírus...
No ano de 1964 o colhe Suplente
de Deputado Estadual pelo PDS. Cassado logo em abril de 1964, só vai ter seus
direitos políticos restabelecidos pela anistia de 1979. Atravessou com coragem
e convicção os anos de provação, talvez porque, ao olhar para este passado, não
veja o que censurar-se, sabedor de que arrostou com dignidade os tempos
adversos e usou a experiência para agradecer-se sem ressentimentos e sem ódios,
granjeando o respeito e admiração até mesmo de muitos adversários. Afastado da
política, voltou-se integralmente para sua outra paixão, permitindo que, de sua
inteligência e labor, surgisse o grande engenheiro em que se transformou (o que
segundo um de seus antigos mestres na escola der Engenharia não deixa de seu um
mérito indireto a crédito dos que o baniram temporariamente da distração
política, prejudicial aos desígnios de engenheiro que bradava por emergir de
sua complexa e agitada personalidade...)
Porto Alegre, ilustre
engenheiro, o faz neste momento, Cidadão Emérito. Nesta distinção está, mais o
projeto ao profissional ilustre, mais que o tributo ao político coerente e fiel
às suas convicções. Está o reconhecimento daquilo que foi reconhecido daquilo
que foi retirado no início desta palavras: a grandeza do homem de bem, que
sobrepujou a adversidade abrindo, com coragem e dignidade, novos rumos para a
sua vida, sem permitir que o veneno do ressentimento o limitasse no mesquinho
realimentar do ódio que é uma desculpa para
a paralisia e o medo! (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Flávio
koutzii, que falará em nome da Bancada do PT.
O SR. FLÁVIO KOUTZII: Não
poderia começar sem registrar, porque acho que é uma pequena singularidade,
neste momento,e um dos prazeres da
vida, que são esses reencontros e estas situações. Eu também fui da FEURGS, na época
em que tu começavas a liderar um movimento estudantil combativo-nacionalista e
corajoso e que enfrentou, sob a inspiração e a liderança de Petracco, nos anos
de 1964 e das lutas da legalidade. Me parece que faz muito tempo, e, ao mesmo
tempo, que faz pouco tempo, porque, em parte, a cassação das nossas vidas, as
obstrução dos caminhos dos democratas, dos homens e mulheres de esquerda neste
País, nos permite, recém nesta década, assumir, publicamente e plenamente, a
potencialidade de nosso sonhos, de nossa capacidade de trabalho e de nossa
capacidade de luta. Acho que a intervenção do Ver. Leão de Medeiros, que me
antecedeu, foi muito precisa e adequada, tanto quanto refez e recontou a
biografia, pessoal e profissional, do Petracco, quanto, de forma muito honrada
e elevada, distingui-se a diferença ideológica que realmente existe entre
homens que hoje se definem e no passado também, em terrenos opostos nas vias e
nos caminhos da construção deste País. É uma demonstração de respeito e é uma
demonstração de lucidez. Mas eu quero falar como irmão de esquerda. Quero falar
com aquele que representa o partido dos Trabalhadores nesta cerimônia, que é um
dos resultados dos nossos comuns esforços, das nossas lutas e de momentos
muitos difíceis; e ressaltar que o que é justamente singular, o que talvez seja
o que mais possa-nos emocionar e dar relevo às cerimônias que as vezes são um
pouco formais, é isto que não acontece todos os dias, é o reconhecimento
gradual, incontestável dos méritos de quem mérito e não mais da seleção dos que
tem mérito apenas quando estão num campo determinado da posição social. Para
nós é uma honra e uma satisfação, um momento de fraternidade trazer a palavra
do Partido dos Trabalhadores, de reconhecimento da trajetória de Fúlvio
Petracco e de, fundamentalmente, destacar o que é evidente, que o que se
reconhece nele é o caminho feito, como militante do povo. Ele foi e é
engenheiro, mas entendemos que foi e é e será sempre, um lutador das causas
populares. Esta grandeza, este esforço e esta generosidade é que são, no nosso
entender, o que principalmente se reconhece hoje. . E quando a
Cidade começa a reconhecer isto, através da sua representação política que
somos nós, significa que ele agrega, ao universos dos seus valores, na
identificação do que é importante, o mérito doas caminhos feitos, o mérito do
caminho que tu fizeste. É isto que se reconhece aqui, é isto que a Bancada do
Partido dos Trabalhadores saúda, através da nossa intervenção nesta tribuna e é
neste abraço que nós queremos te estender, Patracco, nosso companheiro. Sou
grato. (Palmas.)
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra,
o Ver. Omar Ferri, pelo PDS, pelo PCB e pelo PC do B.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Ver.
Clóvis Brum, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. Tarso
Genro, Vice- Prefeito da Cidade; Engenheiro Fúlvio Petracco, nosso querido
homenageado; excelentíssimo Deputado Jauri de Oliveira, Líder da Bancada do PSb na Assembléia
Legislativa; Srs. Terezinha Petracco Grandene,
irmã do nosso homenageado e representante dos demais familiares; Srs.
Vereadores aqui presentes; minhas Senhoras, meus Senhores e de um modo especial
e com muita satisfação aos companheiros do PSB, cuja militância em sua quase
totalidade veio trazer os eu abraço a sua saudação e a sua
solidariedade àquele que simboliza o que significa e dá forma e conteúdo ao
próprio Partido no Rio grande do Sul, Sr. Fúlvio Celso
Petracco. Eu não sei se é fácil ou difícil dirigir algumas palavras nesta tarde
ensolarada, nesta solenidade que para nós toca profundamente o âmago de nossos
corações. Porque par anos do Partido
Socialista o Petracco realmente simboliza o próprio Partido no Rio Grande do
Sul. Muitas vezes tem pessoas que fazem confusão com o PDS e se referindo Amim dizem – tu
é do PSDB do partido do Petracco – a aí as cosias se esclarecem. Mas, a
homenagem é acima de tudo a um Engenheiro competente, a um profissional
brilhante e a um homem condutor e de uma postura ideológica sem par em nosso
Estado. Eu digo sem par porque são dezenas de anos que o Petracco vem
magistralmente nas lutas em favor da nacionalidade Brasileira.
Então me
parece que aí está maior lição do Petracco para todos nós. E eu até falo com
muita tranqüilidade, razão porque agora vou fazer um esclarecimento, Petracco, a
ti,, ao público, ao dizer que eu
vinha registrando até os dias de hoje mas acho que este é o momento solene,
este é o momento que eu devo te agradecer na medida exata de tua grandeza. Eu
resisti a entrada no PSB, por causa da imagem de certa gente que te apontava
como autoritário dentro do Partido, eu vinha resistindo, eu inclusive já vinha
colaborando com o Partido, mas não assinava ficha. E de repente por estas
contingências da vida eu devo a assinatura da ficha de filiação a um grande
irmão e companheiro nosso que infelizmente hoje não se em contra aqui,
que é o Dr. Bruno Mendonça Costa. E passei a conviver contigo dentro do Partido
e posso dizer tranqüilamente, de público, que eu não sei muitas vezes se
constrói imagens diferentes do próprio sentimento e do próprio comportamento de
uma pessoa. E esta foi a tua imagem durante algum tempo, Petracco: O
autoritário. Não sei como é e porquê,s e durante
todas as reuniões deste último ano e meio que eu convivo com a direção
Partidária, em nenhuma vez eu assisti que tu tivesse tomado uma atitude fora do
contexto e do consenso de todos nós. O SR. PRESIDENTE: A esposa do nosso homenageado vai receber flores
das mãos da sua
netinha.
(É feita a entrega de flores.)
O SR. PRESIDENTE:
Com esse abraço carinhosos da netinha, estamos encarando
os trabalhos,
agradecendo a presença de todos.
Estão encerrados os trabalhos.
Estão
encerrados os trabalhos.
(Levanta-se
a Sessão às 18h0634min.)
* * * * * * * * * *